Em vídeo divulgado no Instagram, Talles Miranda, identificado como amigo de Igor Cabral acusado de cometer uma agressão brutal contra uma mulher, fez um forte desabafo sobre o comportamento do agressor e os sinais ignorados ao longo dos anos. Segundo Talles, Igor, apelidado de “Costinha” pelos colegas da quadra de basquete, jamais demonstrou um perfil violento, o que tornou o crime ainda mais estarrecedor para quem o conhecia.
“Costinha" foi um cara que nunca arrumou uma briga dentro de quadra. Talvez fosse uma das pessoas mais improváveis de alguém apontar e dizer que um dia ele bateria numa mulher”, disse Talles, reforçando o contraste entre o passado e o presente do acusado.
O relato, no entanto, vai além do espanto com o crime. Talles buscou traçar uma linha do tempo sobre o que, em sua visão, teria contribuído para a construção de um comportamento violento por parte de Igor. Segundo ele, o ex-atleta começou a apresentar mudanças há cerca de dez anos, quando abandonou o propósito de se tornar jogador profissional de basquete. Assista o vídeo a baixo:
“Ele se perdeu do propósito. Dizia que queria curtir tudo agora porque depois teria que trabalhar. Palavras dele para uma ex-namorada que terminou com ele justamente por não querer seguir essa vida”, contou Talles.
O amigo também relatou que Igor chegou a confidenciar dificuldades emocionais após uma passagem pela seleção brasileira na China, onde teria sofrido bullying. “Acredito que ele me contou menos do que realmente aconteceu. E tudo isso ele estava tentando compensar em curtição e amizades que não ajudavam.”
Talles alerta para a necessidade de olhar além do episódio final, classificando o caso como “a última página de um filme de terror que a vítima viveu”. Ele chama atenção para a violência psicológica sofrida ao longo do relacionamento e a dificuldade da vítima em sair desse ciclo.
“O trauma que ela passou é irreparável. Não é hora de comemorar ajuda financeira, porque 15 mil reais não são nada perto do que ela vai enfrentar. E ninguém deve jamais culpar a vítima. A trava psicológica que impede a saída de um relacionamento abusivo não é voluntária”, enfatizou.
O vídeo termina com um apelo: que a sociedade pare de expor a imagem da vítima e concentre seus esforços na divulgação de meios de apoio, como o PIX de ajuda para sua recuperação. “A culpa é sempre da pessoa que provocou aquela situação. É hora de usarmos esse caso como lição para evitar que outros monstros sejam criados em silêncio.”