O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, anunciou nesta terça-feira (2) que vai encaminhar ao Ministério Público uma denúncia contra o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN). Segundo ele, a ausência de médicos em unidades da rede municipal seria resultado de um movimento orquestrado pelo sindicato justamente no dia em que passou a valer o contrato emergencial com as empresas Justiz e Proseg, contratadas para substituir a Coopmed-RN na prestação de serviços médicos. Com informações do Agora RN.
De acordo com Pinho, médicos estariam sendo coagidos e ameaçados para não assumir plantões pelas novas empresas. “Temos prints, conversas e provas de tentativas de coação. Sindicato não é dono de médico, não é dono da liberdade de ninguém”, afirmou.
O secretário também criticou a atuação da Coopmed-RN, que, segundo ele, prestava serviços ao município desde junho de 2023 sem contrato formal. Apenas na atual gestão, teriam sido repassados quase R$ 90 milhões em caráter indenizatório. Ele citou ainda episódios de falta de médicos em maternidades e a ausência de psiquiatras em unidades como o Caps Oeste. “Não havia como renovar um contrato que nunca existiu. Por isso foi feito um processo emergencial, enquanto o licitatório permanente já está em andamento”, explicou.
O contrato emergencial firmado pela Prefeitura tem validade de 12 meses, no valor de R$ 208 milhões, e prevê remuneração por produção, incluindo novos procedimentos como consultas de neurocirurgia. Pinho garantiu que não houve desassistência total na rede: “Todos os equipamentos de saúde estão funcionando. Não houve desassistência plena em nenhum local da nossa rede municipal”.
Em nota, o Sinmed-RN negou que o movimento seja apenas contra as novas empresas e afirmou que a paralisação, iniciada na noite de segunda-feira (1º), tem como pautas a realização de concurso público, reajuste salarial, pagamento de salários atrasados e contratos que garantam direitos trabalhistas.