Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos, ex-jogador de basquete que representou o Brasil em seleções e em competições internacionais, encontra-se preso desde 26 de julho, por tentativa de feminicídio. Ele foi flagrado atacando a namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador, em Natal. O interno chegou a ser levado para enfermaria após ser espancado dentro da prisão. Os ferimentos foram tratados e ele voltou para a cela.
A Cadeia Pública Dinorá Simas tem 78 celas distribuídas em três pavilhões, e conta com 20 celas para isolamento para presos com perfil sensível ou de risco, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do RN. Atualmente, Cabral está sozinho. Antes, dividia cela com outros seis presos.
Por dentro da cadeia:
- 3 pavilhões – 26 celas por pavilhão = 78 celas no total
- 9 celas para enfermos
- 2 celas para trabalhadores
- 20 celas para isolamento
- 12 celas de segurança máxima
- 9 celas para o seguro (presos que não podem entrar nos pavilhões)
- 3 celas de triagem.
Acusações de violência
Em 1º de agosto, Cabral registrou boletim de ocorrência relatando ter sido agredido dentro da cadeia pública por agentes penais: teria sido alvo de socos, chutes e uso de spray de pimenta. A Corregedoria do sistema prisional do RN abriu investigação sobre o caso. A secretaria confirmou que tomou medidas imediatas após o relato e o encaminhou para exames médios.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP) informou que adotou providências imediatas ao tomar conhecimento de denúncia envolvendo Igor, que teria sofrido violação à integridade física supostamente praticada por policiais penais de plantão.
A Coordenadoria da Administração Penitenciária e a Ouvidoria do Sistema Penitenciário se deslocaram para unidade prisional com o objetivo de averiguar os fatos e acompanhar o interno para registro de ocorrência e exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia. A investigação ficará a cargo da Polícia Civil. A Corregedoria do Sistema Prisional também foi acionada e adotou as providências necessárias, dentro de suas atribuições.
Juliana Garcia dos Santos, 35 anos, foi espancada com 61 socos no rosto, dentro de um elevador num condomínio da zona sul de Natal. As câmeras gravaram toda a sequência de agressões.
Com o rosto gravemente desfigurado, passou por cirurgia reconstrutiva facial e enfrenta dificuldades de visão decorrentes das lesões. No depoimento, ela relatou histórico de violência psicológica e afirma que Cabral chegou a incentivá-la a se suicidar . Segundo testemunhas, o ataque foi motivado por ciúmes, após ela mostrar mensagens no celular ao agressor.
Em interrogatório, o agressor alegou ter sofrido um “surto claustrofóbico” durante o episódio . A defesa da vítima, por sua vez, considera a justificativa inverossímil e defende que o ataque foi premeditado e cruel.