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Cidades

Relembre a história dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú

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O Rio Grande do Norte guarda na memória dois episódios históricos marcantes do século XVII: os massacres de Uruaçu e Cunhaú, ocorridos em 1645, durante o período das invasões holandesas no Nordeste do Brasil. Esses eventos culminaram na morte de centenas de fiéis católicos e deram origem aos conhecidos Mártires de Uruaçu e Cunhaú, canonizados posteriormente pela Igreja Católica. 

O massacre de Cunhaú

Cunhaú, atualmente município de Canguaretama, foi o primeiro local do conflito. Cerca de 30 fiéis católicos foram mortos em meio a um ataque promovido por holandeses e calvinistas, que buscavam impor a fé reformada na região. Entre os mortos estava o padre André de Soveral, pároco da comunidade, que se recusou a abandonar a fé católica junto com seus paroquianos.

O massacre de Uruaçu

Em seguida, o ataque se estendeu a Uruaçu, atual São Gonçalo do Amarante, onde aproximadamente 80 pessoas foram assassinadas. Entre elas estava o padre Ambrósio Francisco Ferro, líder da comunidade de Natal. Os massacres tinham motivação religiosa e política, visando enfraquecer a influência católica e consolidar o domínio holandês na região.

Reconhecimento e canonização

Os mártires de Uruaçu e Cunhaú permaneceram na memória do povo potiguar e, em 2000, foram beatificados pelo Papa João Paulo II. Em 2017, o Papa Francisco os canonizou, tornando-os oficialmente os primeiros santos mártires do Brasil.

O feriado estadual

Para preservar a memória desses episódios, o Rio Grande do Norte instituiu o feriado estadual de 3 de outubro, por meio da Lei nº 8.913/2006, em homenagem aos Mártires de Uruaçu e Cunhaú. A data é marcada por missas, romarias e eventos religiosos, especialmente em São Gonçalo do Amarante e Canguaretama, locais dos massacres.

Mais do que um feriado religioso, a celebração representa um momento de reflexão sobre fé, coragem, tolerância religiosa e identidade cultural potiguar, mantendo viva a história de resistência de quem se manteve fiel às suas crenças mesmo diante da violência.

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