O integrante do Primeiro Comando da Capital que, sem querer, expôs sua identidade e contribuiu com a própria prisão após um erro inusitado é Everton de Brito Nemésio (foto em destaque), conhecido como Delinho. Ele foi preso, na noite desse domingo (11), em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai, após ser identificado como o intermediário de cartas entre lideranças da facção. Informações do Metrópoles.
Uma assinatura em um pedido de oração fez com que ele fosse parar atrás das grades. O “pombo-correio do crime” deixou seu nome em uma mensagem enviada à esposa de um dos chefes do PCC.
Segundo a Polícia Civil, Delinho era responsável por levar recados entre líderes presos e os “sintonias” em liberdade. Ele mantinha contato direto com Fabiana Manzini, mulher de Anderson Manzini, o Gordo, que disputa poder dentro do PCC e é jurado de morte por rivais ligados ao líder histórico Marcola.
Toda cautela do criminoso foi por água abaixo, Everton foi traído por um gesto aparentemente simples que derrubou o esquema até então usado para se ocultar. Os cartões de memória ativados no exterior e identidades falsas de nada valeram após a polícia interceptar sua carta.
No texto, que foi parar nas mãos das autoridades, ele escreveu:
“Muito obrigado pelo vídeo. Palavras sábias. Até me deu um arrepio só de ouvir, cunhada, como se fosse pra mim. Aproveito para pedir a senhora, por favor, apresenta (sic) meu nome e de minha família nas orações da igreja. Meu nome é: Everton Nemésio”.
A assinatura bastou para os investigadores da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), de Mogi das Cruzes (SP), confirmarem que o “Delho” das cartas era, na verdade, Delinho, sintonia financeira da facção fora do Brasil.