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Economia

PIB cresce puxado pelo agro, mas situação fiscal acende sinal de alerta

Dinheiro | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A economia brasileira registrou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o último trimestre de 2024. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (30) pelo IBGE, foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que teve alta de 12,2% no período.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB avançou 2,9%, com destaque também para o comércio. Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas no país chegou a R$ 3 trilhões entre janeiro e março.

Pela ótica da produção, além da agropecuária, que liderou o crescimento, o setor de serviços também teve leve expansão de 0,3%, enquanto a indústria ficou praticamente estagnada, com queda de 0,1%. Dentro da indústria, houve retração nas indústrias de transformação (-1%) e na construção civil (-0,8%).

Já o consumo das famílias cresceu 1% no trimestre, influenciado pelo aumento da massa salarial real e do crédito, apesar da taxa de juros elevada. A Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) também subiu, com destaque para máquinas, equipamentos e construção.

O bom desempenho da agropecuária foi repetido na comparação anual, com crescimento de 10,2%, puxado por produtos como soja (13,3%), milho (11,8%), arroz (12,2%) e fumo (25,2%).

No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB avançou 3,5%, reforçando um cenário de recuperação. No entanto, especialistas alertam para os riscos por trás desses números.

Apesar dos resultados positivos, o crescimento econômico tem sido acompanhado de preocupações com o aumento dos gastos do governo federal, que vem sendo apontado como um dos fatores para o aquecimento da economia.

O problema é que a arrecadação do país não cresce no mesmo ritmo, e o governo enfrenta dificuldades para cumprir as metas do novo arcabouço fiscal, que prevê déficit zero ainda este ano.

Na tentativa de ajustar as contas, o Ministério da Fazenda anunciou um corte de R$ 31 bilhões no Orçamento, incluindo R$ 7 bilhões em emendas parlamentares. Além disso, o governo propôs aumento nas alíquotas do IOF, com previsão de arrecadar R$ 20 bilhões.

A medida, no entanto, enfrenta resistência no Congresso. Os presidentes da Câmara e do Senado pediram alternativas ao ministro Fernando Haddad, cobrando reformas estruturais e corte de gastos em vez de novos tributos.

O cenário gera incertezas no mercado. Se os gastos escaparem do controle, o Brasil pode perder credibilidade, o que pressiona os juros e aumenta o custo da dívida pública. O risco, segundo analistas, é de que o crescimento atual seja insustentável se não vier acompanhado de responsabilidade fiscal.

Fonte: Revista Oeste

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