A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da DEICOT (Delegacia Especializada em Crimes contra a Ordem Tributária), concluiu o relatório parcial da Operação Amicis, desdobramento da Operação Braço Direito, com o indiciamento de 25 pessoas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A informação é do blog do Gustavo Negreiros.
O inquérito, sob responsabilidade da 11ª Vara Criminal de Natal, apura um esquema sofisticado de fraudes envolvendo o empresário Marcelo Spyrides Cunha, dono da marca Schalk, apontado como o epicentro da rede. Ele utilizava empresas de fachada, cheques em branco, “laranjas” e contadores cúmplices para movimentar valores milionários e mascarar a origem ilícita dos recursos .
Entre os principais indiciados estão João Eduardo Costa de Souza (“Duda”) e Layana Soares da Costa, identificados como líderes do grupo; José Ildo e Dornélio, contadores que criavam empresas falsas e alteravam contratos; e Joyce Karolyne responsabilizada também por falsa comunicação de crime ao tentar enganar as autoridades.
As condutas apuradas configuram lavagem de capitais (Lei 9.613/98, art. 1º), estelionato (art. 171 do CP), falsidade ideológica (art. 299) e associação criminosa (art. 288). Segundo o relatório, o grupo criava empresas fictícias com endereços residenciais, simulava aumentos artificiais de capital social e usava contratos falsificados para legitimar transações.
A investigação apontou o uso de 596 cheques, muitos sem fundos ou com assinaturas divergentes, além de movimentações entre as empresas Spy Comercial, FM Confecções e JB Factoring, todas ligadas ao núcleo criminoso.
A Polícia Civil concluiu que o esquema funcionava como uma “teia empresarial criminosa”, com ramificações em várias cidades do RN. O relatório pede a prorrogação do inquérito por mais 180 dias para rastrear novas movimentações financeiras e ampliar o rol de investigados.