O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagir a Corte ao produzir material pré-fabricado, com o objetivo de ser amplamente disseminado por seus filhos e aliados nas redes sociais. A notícia é do repórter João Scavacin, da CNN Brasil.
A declaração consta na determinação de prisão domiciliar do ex-presidente.
"A participação dissimulada de JAIR MESSIAS BOLSONARO, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito as medidas cautelares anteriormente impostas", cita Moraes.
"Os apoiadores políticos de JAIR MESSIAS BOLSONARO e seus filhos, deliberadamente, utilizaram as falas e a participação - ainda que por telefone e pelas redes sociais -, do réu para a propagação de ataques e impulsionamento dos manifestantes com a nítida intenção de pressionar e coagir esta CORTE SUPREMA", prossegue.
Para o ministro, não restam dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar que proibia o ex-presidente de utilizar redes sociais ou se comunicar com outros investigados.
O magistrado destacou ainda que a violação foi tão evidente que até o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, apagou a publicação feita em seu perfil no Instagram. A ação, segundo Moraes, teve a “finalidade de omitir a transgressão legal”.
Com a decisão, Bolsonaro passa a cumprir prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica, e seguirá proibido de usar redes sociais, conceder entrevistas ou manter contato com investigados no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado.