Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista e Inquérito (CPMI) do INSS, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi admitiu que subestimou o tamanho do rombo nas aposentadorias e pensões durante as investigações desencadeadas pela Polícia Federal (PF). A informação é do O Antagonista.
“A gente, infelizmente, não tem poder de adivinhação. Nunca tivemos a capacidade de dimensionar o tamanho, o volume que esses criminosos fizeram dentro do INSS. Só foi possível depois que a Polícia Federal investigou para valer”, declarou Lupi.
“Agora quando ela [a PF] investigou, colocou a tona esse processo. E agora sim a gente tem uma dimensão que não tínhamos na época. Talvez a minha falha maior tenha sido essa, não dar uma dimensão ao tamanho do rombo que era isso [roubo nas aposentadorias]”, declarou o ex-ministro.
Para a CPMI, Lupi também afirmou que abordou as fraudes no INSS com o presidente da República, Lula, apenas depois do desencadeamento da operação Sem Desconto.
“As conversas com o presidente da República sempre foram de macropolítica. O presidente da República só tomou conhecimento no dia da operação da Polícia Federal. Eu não tinha informação, como eu iria comunicar [ao presidente da República], nobre relator?”, declarou Lupi.
No início de seu depoimento, Carlos Lupi afirmou também que “sequer teve o nome citado” ao longo das investigações da Polícia Federal.
Lupi declarou também que houve ações de combate à fraude nas aposentadorias em anos anteriores e que foram derrubadas por decisões judiciais ou não foram encaminhadas pela Polícia Federal (PF). Lupi citou dois casos: 2016, durante o governo Dilma Rousseff; em 2022, durante a gestão Jair Bolsonaro.
“Não sou denunciado, não sou citado. Foram feitas dezenas de investigações, foram feitos dezenas de depoimentos, meu nome sequer foi citado. Não houve nenhuma citação. Tanto isso é verdade que uma senadora, o procurador-geral da República [Paulo Gonet]”, declarou o ex-ministro.