O Código Penal passa a prever dois novos crimes: obstrução de ações contra o crime organizado e conspiração para obstrução de ações contra o crime organizado. Isso ocorre porque o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou um projeto de lei de autoria do senador Sergio Moro (União-PR). A informação é da Gazeta do Povo.
O projeto endurece o combate ao crime organizado. O Diário Oficial da União publicou a nova lei nesta quinta-feira (30). Os dois novos crimes têm pena de quatro a 12 anos de reclusão, além de multa. A prisão, de acordo com o texto, deve ocorrer, ao menos no início, em penitenciária de segurança máxima.
Crimes já existentes também tiveram acréscimos nesse sentido. O crime de associação criminosa, por exemplo, passa a abranger também "quem, de qualquer modo, solicitar ou contratar o cometimento de crime a integrante de associação criminosa". Desse modo, quem encomendar a atuação das facções estará sujeito a pena de um a três anos de reclusão.
Nova lei também amplia proteção a agentes públicos
Outra alteração ocorre na Lei das Organizações Criminosas. O crime de organização criminosa já punia, com a mesma rigidez, quem impede ou obstrui as investigações. Agora, há um acréscimo: o criminoso só receberá a mesma punição "se o fato não constituir crime mais grave."
Além disso, essa lei passa a garantir maior proteção a autoridades e familiares de autoridades envolvidas no combate às facções. O novo texto também estende a proteção às autoridades fora de atividade e aos aposentados, além de prever a avaliação das "condições institucionais perante outros órgãos policiais". Dois parágrafos reforçam a extensão do direito, além de sua aplicação a todos os profissionais da segurança pública e da Justiça envolvidos no combate ao crime organizado.
Embora o timing de Lula para a sanção coincida com a Operação Contenção, o projeto é de 2023. Segundo Moro, a aprovação na Câmara ocorreu em reação ao assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Fontes, em setembro de 2025. O projeto aprovado foi enviado ao Planalto no início do mês, em 9 de outubro.