Dados da Advocacia-Geral da União (AGU) revelam que associações ligadas a Antonio Carlos Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, arrecadaram cerca de R$ 1,3 bilhão com descontos indevidos em aposentadorias entre 2021 e março de 2025. A suspeita é de que ele atuou com servidores do INSS para favorecer entidades, muitas das quais repassaram valores a empresas do lobista.
A ação da AGU mira o bloqueio de bens para reembolsar vítimas dos descontos e cita seis entidades: AMBEC, CBPA, ASABASP, AP Brasil, CEBAP e UNASPUB. A Ambec lidera os valores arrecadados, com R$ 500,9 milhões. A Unaspub somou R$ 267,3 milhões, e a AP Brasil, R$ 137 milhões. Outras entidades também arrecadaram milhões.
A operação “Sem Desconto” da PF, deflagrada em abril, já provocou as demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência. A PF aponta que Antunes usou empresas como a Prospect e Acca Consultoria para movimentar R$ 53,5 milhões e teria repassado valores a servidores do INSS. Um ex-diretor de benefícios teria recebido R$ 1,4 milhão, e um procurador afastado, R$ 7,5 milhões.
As investigações se baseiam em reportagens do portal Metrópoles, que revelaram como as entidades dispararam sua arrecadação enquanto eram alvos de milhares de processos por fraude.
A Asabasp e a AP Brasil alegam que apuram os fatos e reafirmam compromisso com a transparência. Ambec e Cebap não se manifestaram.
