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Internacional

Governo Trump vai reajustar presença militar global para focar na América Latina

Foto: Reuters/Brian Snyder

O governo Trump passará a focar mais na América Latina e irá se afastar de seu papel global, transferindo responsabilidades para aliados, segundo a nova estratégia de política externa publicada pela Casa Branca nesta sexta-feira (5).

A notícia é do g1. A estratégia prometeu um “reajuste de nossa presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, afastando-nos de teatros cuja relevância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nas últimas décadas ou anos”.

A publicação da nova estratégia de política externa ocorre em meio a uma ampla mobilização militar no Caribe e uma escalada de tensões sem precedentes contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro. O combate a cartéis de drogas latino-americanos, como relatado pela Casa Branca desde agosto, está formalizado no documento.

O documento expõe de modo veemente o objetivo de reforçar a influência dos EUA na América Latina e reduzir ao máximo a presença de países não-ocidentais. Com isso, é possível que a presença militar americana na região seja mais duradoura do que previamente esperado e a influência política sobre governos latino-americanos continue.

Chamada de Estratégia de Segurança Nacional, a publicação norteia as políticas externas que serão tomadas pelo governo Trump para buscar a supremacia de seus interesses sobre os dos demais países. Esse tipo de estratégia é publicada periodicamente por diversos países do mundo, esta foi a primeira divulgada pelo novo governo de Donald Trump. A estratégia dos EUA também fala sobre outros temas, como Taiwan, Europa, e imigração.

Segundo o documento, o realinhamento militar na América Latina se baseará em três elementos principais:

- "Uma presença mais adequada da Guarda Costeira e da Marinha para controlar as rotas marítimas, conter a migração ilegal e outras formas indesejadas de migração, reduzir o tráfico de pessoas e de drogas e controlar rotas de trânsito essenciais em situações de crise";

- "Ações direcionadas para proteger a fronteira e derrotar cartéis de drogas, incluindo, quando necessário, o uso de força letal para substituir a estratégia fracassada baseada apenas na aplicação da lei nas últimas décadas";

- "Estabelecer ou ampliar o acesso em locais de importância estratégica".

O documento afirma que os EUA também buscam "reafirmar e aplicar a Doutrina Monroe para restaurar a predominância americana no Hemisfério Ocidental", com uma "retomada poderosa" do poder sobre a região. Cunhada pelo presidente americano James Monroe, essa doutrina prevê "a América para os americanos", em que qualquer tentativa de "recolonização" por outros países seria vista como uma ameaça direta aos EUA.

"Negaremos a competidores de fora do Hemisfério a capacidade de posicionar forças ou outras capacidades ameaçadoras, ou de possuir ou controlar ativos de importância estratégica em nosso Hemisfério", afirma o documento.

A China é o país não-ocidental com maior presença no Hemisfério atualmente, e tem laços comerciais com diversos países da América Latina —inclusive, é o maior parceiro comercial do Brasil.

Segundo a estratégia, o governo Trump acredita que a influência de alguns países sobre a América Latina "será difícil de reverter", porém os EUA vão apostar no aspecto que, muitas vezes, essa relação se dá mais pelo fator comercial que pelo alinhamento ideológico.

"Iremos alistar amigos já estabelecidos no Hemisfério para controlar a migração, interromper o fluxo de drogas e fortalecer a estabilidade e a segurança em terra e no mar. Também iremos expandir, cultivando e fortalecendo novos parceiros, ao mesmo tempo em que reforçamos o apelo de nossa própria nação como o parceiro econômico e de segurança preferido do Hemisfério", afirma o documento.

Veja, mais abaixo, o que mais a nova estratégia de segurança do governo Trump prevê.

Estratégia de segurança do Trump 2

Publicada nesta sexta-feira, a nova estratégia de segurança nacional do segundo governo Trump busca uma "correção de conduta em relação às gestões anteriores" que, segundo o documento, procuraram a dominação global, sobrecarregaram o país e permitiram que aliados terceirizassem seus custos de defesa para os EUA.

No documento, o governo americano acusa a Europa de bloquear o progresso em um acordo de paz sobre a Ucrânia e prevê um "grande foco" em Taiwan.

Além da América Latina, o plano da Casa Branca prevê "reforçar e fortalecer" a presença militar dos EUA na região oeste da Ásia, que tem a ilha de Taiwan, maior produtora de chips IA do mundo. O governo Trump também busca compartilhar responsabilidades na segurança da região com seus principais parceiros regionais, Japão e Coreia do Sul.

"O Indo-Pacífico já é, e continuará a ser, um dos principais campos de batalha econômicos e geopolíticos do próximo século", afirmou o documento.

A estratégia de segurança também prevê que os EUA assegurarão a "paz por meio da força" pelo mundo, e evitarão guerras, porém é necessário fazer cada vez mais investimentos militares para estar pronto para o caso de uma guerra. O objetivo menciona a construção do "Golden Dome" como fundamental para a defesa antimísseis da próxima geração. Ter a Economia mais forte do mundo também é fundamental para a supremacia militar, segundo a Casa Branca.

Os Estados Unidos querem ainda, sob a presidência Trump, acabar com as imigrações em massa no mundo e fazer do controle das fronteiras "o elemento principal da segurança" americana, segundo o documento. O governo Trump ainda criticou a Europa pelas políticas migratórias adotadas na última década e prevê "apoiar aqueles que se opõem aos valores promovidos pela União Europeia" nesse tema.

Falando na Europa, o plano do governo Trump inclui "promover a grandeza europeia". Ao mesmo tempo, chamou de "não realistas" as expectativas europeias com relação à guerra da Ucrânia. Líderes europeus buscam influenciar as tratativas entre EUA e Rússia para levar em conta suas preocupações de segurança em um eventual acordo para finalizar o conflito. Ao mesmo tempo, o documento dos EUA fala em "apoiar nossos aliados na Europa para preservar sua defesa e liberdade".

A "transferência de responsabilidades" dos EUA para seus aliados é um dos grandes focos do documento. Essa prática é mencionada tanto no leste asiático quanto no Oriente Médio, por exemplo.

Leste asiático: pediu para Japão e Coreia do Sul um aumento de gastos em Defesa, com mais investimentos militares com "foco nas capacidades para dissuadir adversários". "Também iremos endurecer e fortalecer nossa presença militar no Pacífico Ocidental, enquanto, em nossas relações com Taiwan e a Austrália, manteremos uma retórica firme sobre o aumento dos gastos em defesa".

Oriente Médio: a estratégia é "mudar responsabilidades e construir a paz". Com o bombardeio a instalações nucleares do Irã e o acordo de paz na guerra na Faixa de Gaza, é possível diminuir o foco na região e se apoiar em seus parceiros locais, que "estão demonstrando seu compromisso em combater o radicalismo", segundo o documento.

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