Um dos grupos investigados pela Polícia Federal nas operações Cryptoscam e Wet Cleaning, deflagradas nesta terça-feira (20), é apontado como responsável por um ataque cibernético que comprometeu 150 contas bancárias da Caixa Econômica Federal, em 2020. As contas estavam vinculadas a 40 prefeituras brasileiras, e, segundo apurações, foram acessadas de forma fraudulenta para desvio de recursos públicos.
O novo desdobramento das investigações revela a sofisticação e ousadia da quadrilha, que já havia sido identificada por fraudes milionárias envolvendo criptoativos e lavagem de dinheiro com uso de empresas de fachada.
De acordo com fontes da Polícia Federal, o golpe contra as prefeituras foi um dos principais marcos da atuação do grupo, que teria iniciado suas atividades em 2010 e transferido base para Balneário Camboriú (SC) a partir de 2021, onde passou a ocultar o patrimônio criminoso por meio de imóveis de alto padrão, veículos de luxo e criptoativos.
A organização também é suspeita de furtar US$ 1,4 milhão em criptomoedas de um cidadão de Singapura, o que gerou alerta internacional e levou ao acionamento da Rede de Cooperação Internacional em Crimes Cibernéticos, criada em 2023 para enfrentar fraudes digitais transnacionais.
Com base nas investigações conduzidas pelas Delegacias da PF de Joinville e Itajaí, e pela Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas, a Polícia Federal estima que o grupo já tenha movimentado R$ 100 milhões em transações ilegais.
O ataque à Caixa se soma ao complexo esquema de crimes financeiros investigado, que envolve ainda lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, e fraudes bancárias em larga escala.