Um menino de 12 anos morreu na última sexta-feira (27) em Castleford, no Reino Unido, após, segundo familiares, participar do “blackout challenge”, um desafio viral nas redes sociais que incentiva a autoasfixia. A informação foi divulgada por um parente em uma página criada no site GoFundMe para arrecadar fundos para o funeral.
De acordo com comunicado das autoridades locais, a polícia foi acionada pelos bombeiros às 18h06 (horário local) para atender a uma ocorrência envolvendo a segurança de uma criança em uma residência na região de Manor Grove. O menino, identificado como Sebastian, foi socorrido e levado ao hospital, mas teve a morte confirmada pouco depois.
As investigações estão em andamento para esclarecer os detalhes do ocorrido, mas, segundo a polícia de Yorkshire West, o caso não está sendo tratado como suspeito.
Na página de arrecadação, a organizadora Agnieszka Czerniejewska relatou que “um desafio perigoso na internet tirou a sua vida”. Ela afirmou que Sebastian era “cheio de sonhos, paixões e talentos”, incluindo o dom de tocar guitarra e teclado de forma autodidata, além de ser um menino “gentil, sorridente e criativo”. Segundo ela, os pais deram todo o amor e carinho, mas “aquele momento online mudou tudo”.
A campanha busca ajudar financeiramente a família, cobrindo custos com o funeral, apoio psicológico e despesas diárias.
O que é o ‘blackout challenge’?
O blackout challenge, também conhecido como “choking challenge”, é uma prática perigosa que ganhou popularidade em redes sociais como o TikTok. O desafio estimula pessoas, em especial crianças e adolescentes, a restringirem o fluxo de oxigênio ao cérebro até desmaiar, o que, segundo especialistas, pode causar danos cerebrais permanentes e até morte súbita.
De acordo com o site Healthline, a privação de oxigênio pode causar perda de consciência em segundos, e a ausência de intervenção imediata torna a prática extremamente letal.
O caso de Sebastian se soma a outros semelhantes. Em 2022, pais de quatro adolescentes britânicos processaram o TikTok, alegando que o blackout challenge foi o motivo das mortes de seus filhos: Isaac Kenevan (13 anos), Archie Battersbee (12), Julian Sweeney (14) e Maria Walsh (13).
Esse tipo de conteúdo segue a linha de outros desafios perigosos que circularam nos últimos anos, como o Tide Pod Challenge — em que jovens mastigavam cápsulas de detergente — e o Jogo da Baleia, que teve repercussão mundial em 2016, com relatos de centenas de mortes entre crianças e adolescentes.
Especialistas, autoridades e educadores continuam fazendo alertas sobre os riscos desses desafios online, reforçando a necessidade de acompanhamento e diálogo com os jovens sobre o uso responsável da internet.
