Depois da história do "Padre que não era padre", surgiu no Brasil uma conversa que o Cacique não é cacique. Pelo menos, segundo O Antagonista.
José Acácio Serere Xavante, o indígena preso nesta segunda-feira (12) por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República, faz parte da etnia Parabubure, que reside no município de Campinápolis, no norte do estado do Mato Grosso. Apesar de se autoproclamar “cacique” , ele não seria um líder tradicional na sua etnia, já que ele se casou com uma não-indígena e hoje atua como pastor evangélico na cidade.
Ainda de acordo com especialistas, não há um único líder para os Xavante , povo cuja população, designada em 27 mil pessoas, está distribuída em nove terras indígenas naquele estado. Apesar de poder representar um clã ou explicação menor de idade de um grupo local.
A própria PGR apresenta esse argumento, e disse, ao pedir a prisão dele, que Serere vem “se utilizar da sua posição de cacique do povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.”
A prisão de Serere Xavante foi o estopim para uma série de atos de vandalismo e depredações na região central de Brasília, organizados e protagonizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Carros e ônibus foram queimados pela cidade, em manifestações que chegaram perto do hotel onde se hospedou Lula, o presidente eleito.