O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) denunciou, nesta segunda-feira, 12, a desativação de leitos de UTI no Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, na Zona Norte de Natal, por falta de insumos básicos. Segundo a entidade, o problema compromete o atendimento de crianças e recém-nascidos que necessitam de cuidados intensivos e já teria resultado na morte de um paciente no interior do Estado.
A fiscalização, realizada pelo presidente do Cremern, pelo chefe do Departamento de Fiscalização, pela secretária do Conselho e por um médico fiscal, constatou que, das 20 vagas da UTI neonatal, apenas 10 estão ativas — cinco foram bloqueadas e cinco estão ocupadas. Na UTI pediátrica, dois dos 10 leitos também estão desativados pela mesma razão: falta de recursos humanos e de materiais.
De acordo com o presidente do Cremern, Marcos Jácome, a causa do bloqueio é o não pagamento a fornecedores, o que impede o abastecimento. “Não existe outro serviço no Estado com vagas disponíveis para suprir a demanda. Já houve caso de criança que precisava de UTI e morreu por não conseguir transferência”, afirmou, em entrevista ao RN No Ar, da Tv Tropical.
O Conselho informou que apresentará o relatório da fiscalização na ação civil pública que tramita na Justiça, com pedido de providências urgentes para reativar os leitos. “Se não houver solução imediata, veremos mais mortes evitáveis”, alertou Jácome.
Em nota enviada à TV Tropical, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) afirmou que concluiu uma licitação para aquisição de insumos, com previsão de entrega nesta semana, e que ainda não há fila registrada por UTI neonatal na rede estadual. A pasta reconheceu o problema e disse esperar que a compra resolva parte da demanda.
