Em uma ofensiva política que reacende os embates entre oposição e governo anterior, o Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou nessa terça-feira (20) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a abertura de investigação criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Izalci Lucas (PL-DF) sobre o caso das fraudes no INSS.
O pedido, assinado por 24 deputados da bancada petista, entre eles o líder da legenda na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e o deputado Alencar Santana (PT-SP), requer que a apuração se concentre especificamente na conduta do ex-presidente e do senador — deixando de fora outras possíveis ramificações, inclusive da atual gestão, o que tem gerado críticas sobre seletividade política.
Segundo a representação, Izalci confessou ter recebido, ainda durante o governo Bolsonaro, relatórios de peritos do INSS apontando um desvio de mais de R$ 70 milhões envolvendo aposentadorias fraudulentas, seguro-defeso e empréstimos consignados. Em vez de acionar os órgãos de controle, o senador admitiu ter repassado informalmente as denúncias a Bolsonaro, que teria se limitado a editar uma medida provisória genérica, sem instaurar investigações ou punir os responsáveis.
A representação também solicita que o caso seja apensado à investigação já em curso contra o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, para manter a coerência processual e evitar “fracionamento da verdade”.