O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) voltou a criticar o STF (Supremo Tribunal Federal) em um pronunciamento nesta quinta-feira (27). Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele afirmou que o tribunal instalou uma “ditadura da toga” no país e acusou a Corte de perseguir Jair Bolsonaro e militares ligados ao ex-presidente.
A noticia é de JOICE GONÇALVES. Durante a fala, Ramagem, que está foragido nos Estados Unidos, declarou que ele e outros aliados do ex-presidente “não são criminosos”, mas, segundo ele, seriam tratados como “ameaça” pelo Judiciário.
Nesta semana, o ministro do STF Alexandre de Moraes tornou definitiva a pena de Ramagem pela participação na trama golpista. O deputado foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime inicial fechado e 50 dias-multa (cada dia-multa no valor de um salário mínimo à época dos fatos).
Como Ramagem fugiu para os Estados Unidos em setembro, Moraes determinou a expedição do mandado de prisão, a inserção de seu nome no BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões) e o ofício à Polícia Federal para adoção das medidas cabíveis.
O ministro ainda decretou a perda do cargo de delegado federal de Ramagem e mandou a Câmara dos Deputados declarar a perda do mandato parlamentar dele.
O ex-diretor da Abin criticou especialmente as prisões de quatro oficiais-generais (Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier e Braga Netto), além do ex-ministro Anderson Torres, condenados pela trama golpista.
“Nós não somos criminosos, somos apenas ameaça a essa ditadura da toga que se instalou no Brasil”, disse.
Ramagem afirmou ainda que Bolsonaro foi “preso definitivamente sem crime algum” e que haveria uma “sequência estratégica de ilegalidades” para “destruir e matar toda a oposição”.
O deputado também contestou a legalidade das prisões de militares e classificou como “invenção de crime” as acusações envolvendo tentativa de golpe.
Ramagem citou nominalmente o general Augusto Heleno, chamando-o de “exemplo de carreira ilibada” e alegando que ele estaria preso “sem tropa, sem tanque e sem uma única arma apreendida”. Ele também criticou a cobertura da imprensa, afirmando que a mídia não estaria dando atenção às prisões dos militares.
O deputado afirmou ainda que questionamentos sobre anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro teriam sido “adiados” como uma forma de “normalizar a tirania”. Ele comparou a situação ao regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, e disse que o Brasil estaria vivendo “uma falsa normalidade”.