Organizações de caminhoneiros declararam que não reconhecem a mobilização nacional anunciada para esta 5ª feira (4.dez.2025). O movimento foi divulgado na 3ª feira (2.dez) pelo desembargador aposentado Sebastião Coelho e por Chicão Caminhoneiro, apresentado como representante da UBC (União Brasileira dos Caminhoneiros).
A dupla defende paralisação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe de Estado e preso desde 22 de novembro. O anúncio do protesto dos caminhoneiros foi feito durante transmissão publicada nas redes sociais.
A Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo) afirmou que não participa, não convoca e não tem qualquer deliberação institucional relacionada ao ato.
Em nota, declarou ter conhecimento de manifestações individuais e espontâneas de transportadores autônomos, mas reforçou que não são organizadas, apoiadas ou estimuladas pela entidade. Disse ainda que decisões coletivas passam por comunicação formal — o que, segundo a federação, não ocorreu neste caso.
Em outro comunicado, a federação contestou a representatividade da UBC. Segundo a federação, a chamada União Brasileira dos Caminhoneiros “não possui legitimidade para falar em nome dos caminhoneiros brasileiros”, por não ter CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), representatividade formal nem integrar o sistema sindical.
A Fetrabens classificou como “preocupante” a tentativa de mobilizar a categoria com objetivos de natureza política e afirmou repudiar ações que coloquem em risco a estabilidade nacional. Também informou que adotará medidas policiais e judiciais caso haja prejuízos à imagem da categoria.
A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) divulgou posicionamento semelhante. A confederação afirmou não compactuar com movimentos de manipulação política e declarou que nenhuma de suas filiadas participou de reuniões para organizar paralisação de transportadores autônomos ou de motoristas profissionais empregados para o dia.
Disse que não reconhece como legítimo qualquer material que a cite como apoiadora, participante ou incentivadora do movimento.
A CNTTL defendeu o diálogo institucional como meio para tratar aposentadoria especial, jornada de trabalho e piso mínimo de frete.
A paralisação convocada pela UBC tem como uma das reivindicações a anistia para Bolsonaro e pessoas envolvidas na invasão dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Poder360