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Internacional

EUA estudam impor restrições de visto à delegação do Brasil durante Assembleia da ONU, diz agência

No decreto, Trump cobrou que o Brasil tome ações contra Moraes e se alinhe aos interesses americanos como condição para rever o tarifaço de 50% Foto: Joyce N. Boghosian/Casa Branca

O governo dos Estados Unidos avalia impor restrições de visto às delegações do Brasil, Irã, Sudão e Zimbábue durante a Assembleia Geral da ONU, que começa em 22 de setembro em Nova York. A informação foi revelada pela agência Associated Press (AP), com base em um memorando interno do Departamento de Estado.

Segundo a reportagem, as medidas em estudo poderiam limitar os deslocamentos das delegações citadas fora da zona da assembleia, reforçando o controle sobre diplomatas e líderes desses países que participam do encontro. A possibilidade inclui o Brasil, cuja delegação tradicionalmente abre os discursos no primeiro dia do evento. A AP observou que “não estava claro se quaisquer restrições de visto potenciais afetariam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou membros de nível inferior da delegação do país”.

A reportagem acrescenta que Lula tem sido alvo de críticas diretas do presidente americano Donald Trump, que se opõe ao processo judicial em curso no Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, sob acusação de suposta tentativa de golpe. A eventual inclusão do Brasil nas medidas reforça o atrito político que existe atualmente entre os dois países.

No caso do Irã, as restrições já em vigor poderiam ser ampliadas. O documento menciona até mesmo a proibição de diplomatas iranianos frequentarem lojas atacadistas como Costco e Sam’s Club sem autorização expressa do Departamento de Estado. Esses estabelecimentos, segundo a AP, eram usados por diplomatas iranianos para adquirir produtos em grande quantidade e enviá-los a Teerã, driblando a escassez em seu país.

Enquanto Brasil, Irã, Sudão e Zimbábue aparecem como possíveis alvos, a Síria foi contemplada com um benefício incomum. O memorando revelou que a delegação síria recebeu na semana passada uma dispensa das limitações de deslocamento que vigoravam havia mais de uma década. A medida faz parte da estratégia do governo Trump de fortalecer relações após a queda do ditador Bashar al-Assad no ano passado.

Além dos países citados, o governo dos Estados Unidos já negou oficialmente vistos ao líder palestino Mahmoud Abbas e a toda a sua delegação para participar da Assembleia Geral da ONU

A AP procurou o Departamento de Estado dos EUA e as missões do Irã e do Brasil na ONU para comentar o tema, mas não obteve resposta.

O tema das restrições de visto já vem marcando a relação entre Brasília e Washington nas últimas semanas. Em julho, os EUA cancelaram os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) - entre eles Alexandre de Moraes, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes - além do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco. Moraes também foi alvo de sanção pela Lei Magnitsky.

No dia 15 de agosto, o consulado americano em São Paulo comunicou à esposa e à filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que seus vistos foram revogados. Padilha afirmou que não foi afetado porque o seu já estava vencido desde 2024.

Além disso, os EUA também cancelaram os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ligados ao programa Mais Médicos durante o governo Dilma Rousseff. Em nota, o Departamento de Estado afirmou que a medida visava responsabilizar aqueles que ajudaram no “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.

Na semana seguinte, surgiram informações de que os vistos do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do senador Rodrigo Pacheco, também teriam sido revogados, assim como os de seus familiares.

 

Com informações da Gazeta do Povo.

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