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Brasil

EUA cancelam evento militar com Brasil e acendem alerta na Defesa

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A relação militar entre Brasil e Estados Unidos enfrenta sinais de distanciamento, evidenciado pelo cancelamento da Conferência Espacial das Américas, que seria organizada em conjunto com a Força Aérea Brasileira (FAB). O evento, previsto para ocorrer entre 29 e 31 de julho de 2025 em Brasília, foi suspenso por decisão unilateral dos EUA, sem justificativa oficial. O cancelamento preocupa o Ministério da Defesa, que busca proteger a cooperação militar bilateral dos impactos da crise política entre os dois países.

A tensão diplomática aumentou desde que Donald Trump retornou à presidência dos EUA. O republicano acusou o governo Lula e o STF de perseguição política contra Jair Bolsonaro, além de impor sanções a ministros do Supremo, como Alexandre de Moraes, e aplicar tarifas econômicas contra produtos brasileiros. O governo brasileiro afirma que os canais de diálogo com Washington estão bloqueados, e avalia que essa deterioração política está afetando diretamente áreas estratégicas, como a cooperação militar.

Além do cancelamento da conferência, há incertezas quanto à participação dos Estados Unidos na Operação Formosa, o maior exercício da Marinha do Brasil. Apesar da tradição de cerca de dez anos de cooperação, neste ano os fuzileiros navais americanos ainda não responderam ao convite. Já a China, que participou pela primeira vez no ano passado, também informou que não enviará tropas em 2025. O clima de tensão e a imposição de sanções geram resistências internas dentro do governo brasileiro quanto à realização de exercícios com os EUA.

Ao mesmo tempo, a aproximação militar entre Brasil e China pode estar influenciando a postura americana. O governo brasileiro intensificou os laços com Pequim, inclusive com o envio de um oficial-general para a adidância na embaixada do Brasil na China. Esse movimento é visto como estratégico e pode estar sendo interpretado por Washington como uma mudança de alinhamento na política de defesa brasileira, agravando ainda mais o esfriamento das relações bilaterais.

Apesar do afastamento em algumas frentes, militares brasileiros avaliam que não há um rompimento total na cooperação com os EUA. Como exemplo, citaram a recente participação americana no Exercício Conjunto Tápio, em Mato Grosso do Sul, que simula cenários de guerra irregular e missões de paz. Ainda assim, os episódios recentes apontam para um momento de tensão e reavaliação nos vínculos estratégicos entre os dois países.

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