Oferecimento:

Logo 96FM

som+conteúdo

1366x244px.gif

Brasil

De crush para ameaça: como identificar um amor obsessivo e possessivo

Capturar.JPG

Ele responde todas as mensagens na hora, quer saber com quem você fala, para onde vai e se irrita quando você precisa de um tempo sozinha. No começo, parece zelo. Depois, vira cobrança. Segundo a psicóloga Adriana Schiavone, é justamente nessa intensidade desproporcional que mora o primeiro sinal de um amor obsessivo.

“Quando alguém exige respostas imediatas, se ofende com qualquer pedido de espaço e começa a monitorar redes sociais, é hora de ligar o alerta”, explica Adriana. A tentativa de ocupar todos os espaços da vida do outro, deixando pouco ou nenhum espaço para a individualidade, também é um indício claro de comportamento possessivo.

O problema, diz ela, é que ainda se confunde controle com afeto. “Culturalmente, o ciúme ainda é visto como prova de amor. Frases como ‘é porque ele gosta de você’ reforçam essa ideia equivocada. Mas o ciúme excessivo e a tentativa de controlar o outro nascem da insegurança, não do cuidado.”

Para diferenciar atenção saudável de controle, a psicóloga aponta um critério simples: o respeito. “Relacionamentos saudáveis acolhem a individualidade. Quando começam as cobranças sobre com quem a pessoa fala, o que veste, ou exigências por disponibilidade constante, é sinal de que o limite foi ultrapassado.”

A longo prazo, viver em uma relação assim pode afetar profundamente a saúde mental da vítima. Adriana destaca consequências como ansiedade, baixa autoestima, medo constante e até sintomas de depressão. “Muitas vítimas passam a duvidar da própria percepção e autonomia. Em casos graves, há isolamento social e uma sensação real de aprisionamento.”

Ao perceber que está sendo alvo de manipulação emocional ou perseguição, o mais importante, segundo ela, é reconhecer que aquilo não é amor. “Buscar apoio é essencial. Conversar com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental pode ajudar a enxergar a situação com mais clareza e estabelecer limites. Se houver risco de violência, é fundamental procurar ajuda jurídica ou policial.”

Segundo a especialista, o papel da rede de apoio, inclusive, é decisivo. “Quem está de fora pode ajudar muito, desde que acolha sem julgamento. A vítima nem sempre consegue perceber a gravidade. Escutar com empatia, mostrar preocupação real e oferecer caminhos seguros são atitudes que fortalecem e ajudam a romper o ciclo da obsessão”, finaliza. As informações são do Metropoles.

Deixe o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado