O ataque hacker que teve como alvo a C&M Software, empresa que presta serviços para instituições provedoras de contas transacionais que não possuem meios de conexão própria, afetou clientes de alguns bancos, que ficaram sem acesso ao Pix.
A noticia é de Fábio Matos, do Metrópoles. Fundada em 1992, a C&M Software é a companhia responsável pela mensageria que interliga instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) – o que engloba o ambiente de liquidação do Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central (BC) em 2020 e amplamente utilizado pelos brasileiros.
De acordo com relatos do mercado financeiro reproduzidos pelo jornal O Globo, pelo menos seis instituições financeiras teriam sido afetadas pela ação criminosa, com desvios de recursos de contas de empresas e interrupção temporária de operações via Pix.
Uma dessas instituições atingidas é o Banco Paulista, que relatou que “uma falha no provedor terceirizado” levou à interrupção temporária do Pix.
Uma das instituições mais afetadas foi a BMP, provedora de serviços de “banking as a service” que está em operação desde 1999. No ano passado, a BMP reportou uma receita bruta de R$ 804 milhões e um lucro líquido de R$ 231 milhões.
Também em nota, a BMP afirmou que nenhum cliente foi atingido no ataque hacker.
A companhia diz ainda que continua operando normalmente, “com total segurança”, e “reforça seu compromisso com a integridade do sistema financeiro, a proteção dos seus clientes e a transparência nas suas comunicações”.
A C&M Software confirmou que foi vítima de um ataque hacker. Embora até o momento não haja nenhuma informação oficial sobre valores, o prejuízo pode ter alcançado cerca de R$ 1 bilhão, segundo informações do site Brazil Journal. Relatos iniciais sobre o caso apontam que os hackers teriam desviado pelo menos R$ 400 milhões.
Em nota, a C&M confirma que foi “vítima direta da ação criminosa, que incluiu o uso indevido de credenciais de clientes para tentar acessar de forma fraudulenta seus sistemas e serviços”.
A C&M informou ainda que está colaborando com as autoridades competentes, como o BC e a Polícia Civil de São Paulo, nas investigações sobre o ataque hacker.