Indígena espancado até a morte acompanhava parto de esposa

01 de Março 2024 - 17h15

A jovem indígena Corima Kulina saiu de sua aldeia na região de Envira, no interior do Amazonas, para fazer um parto de risco em um hospital de Manaus. Ela viajou acompanhada do marido, Tadeo Kulina, 33 anos. No penúltimo domingo (18/2), ela voltou à terra natal de barco, com o filho recém-nascido no colo, mas com o marido em um caixão embalado com plástico-bolha.

Enquanto Corima e o bebê se recuperavam do parto na maternidade Ana Braga, em Manaus, Tadeo desapareceu na cidade e foi espancado até a morte com golpes na cabeça. Ele morreu no Hospital Estadual João Lúcio como indigente e só foi identificado no IML oito dias depois. O hospital e a maternidade ficam a apenas 850 metros de distância.

Tadeo morreu no começo da madrugada de 7 de fevereiro, um dia antes de completar 34 anos, e só teve a identidade reconhecida no IML em 15 de fevereiro. A ocorrência com poucos detalhes só foi escrita em 16 de fevereiro, assim como o pedido para realizar exames periciais no cadáver.

De acordo com líderes de organizações indígenas, o rosto de Tadeo estava totalmente desfigurado. Entre as causas da morte na certidão de óbito estão traumatismo craniano por instrumento contundente, fratura na base do crânio e hematoma subdural, que é o acúmulo de sangue entre o cérebro e o revestimento externo.

A morte de Tadeo Kulina é cercada de mistérios, e as autoridades do Amazonas não repassam informações básicas sobre o caso, alegando sigilo da investigação.

Além do recém-nascido, Tadeo deixou três filhos entre 5 e 15 anos. Ele foi enterrado na Aldeia Macapá, localizada no Rio Acuraua, município de Envira (AM). Corima decidiu deixar a aldeia Foz do Acuraua, onde vivia com o marido, e se mudou para onde ele está sepultado.

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