A Operação que mirou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e aliados deles, encontrou uma pilha de dinheiro dentro de um cofre. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, com base em notícia divulgada pela Polícia Federal - veja as imagens no vídeo acima:
Segundo a reportagem, o cofre estava "abarrotado" de dinheiro em espécie (ainda nãos e sabe quanto), mas ainda não se sabe se há relação com os indícios de irregularidades apurados na investigação, que diz respeito a supostos desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
A PF investiga possíveis fraudes que podem ter gerado uma indenização de R$ 8,1 milhões. São cumpridos 26 mandados de busca e dois de prisão temporária. Ainda não se sabe na casa de quem estava o dinheiro e o cofre.
REPORTAGEM DE ABRIL
Vale destacar que o caso teve origem a partir de reportagem da Folha publicada em abril do ano passado sobre as aquisições em municípios de Alagoas, todas assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A investigação começou ainda em 2022 após a revelação da Folha. O pedido de buscas e prisões foi feito pela PF em março de 2023, e as ordens, expedidas pela Justiça Federal de Alagoas.
Como mostrou a Folha à época, os kits foram contratados com recursos, em boa parte, das emendas bilionárias de relator do Orçamento —naquele momento, durante o governo Bolsonaro, Lira era responsável por controlar em Brasília a distribuição de parte desse tipo de verba. Lira foi um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e teve apoio da base do governo Lula (PT) para ser reeleito presidente da Câmara em fevereiro passado.
Como revelou a Folha nesta quinta-feira, ele fez chegar a interlocutores do Palácio do Planalto que não irão pautar projetos de interesse de Lula até que os deputados avaliem que o governo ajustou a articulação política e a relação com a Casa. A empresa fornecedora dos kits de robótica é a Megalic, que funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão.
SUSPEITA POLÍTICA
Além disso, apesar dos indícios, chamou a atenção dos políticos, principalmente, dos aliados de Arthur Lira, o fato da operação ter sido deflagrada no dia seguinte as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, com críticas duras a falta de articulação do Governo Federal.