O plano apresentado pelo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, para reposicionar o governo federal no debate sobre segurança pública tem dividido auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta, chamada de “Aliança Contra o Crime pela Paz”, foi detalhada ao presidente na última terça-feira (4), em Belém, durante a COP30, mas não empolgou parte da equipe.
Conforme revelado pela colunista Mônica Bergamo e confirmado por Igor Gadelha, do Metrópoles, o projeto prevê ações como reforço na apreensão de drogas, criação de centros integrados de segurança e intensificação de investigações contra facções criminosas. Porém, integrantes do governo veem resistências, principalmente pela sugestão de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, coordene a iniciativa — movimento considerado enfraquecedor para o titular da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Além disso, há o entendimento de que Rui deve deixar o cargo em abril de 2026 para disputar as eleições na Bahia, o que comprometeria a continuidade da coordenação. Outros auxiliares também alertam que assumir protagonismo no tema poderia transferir para Lula a responsabilidade sobre a segurança pública, área majoritariamente estadual, em pleno ano eleitoral.
Lula ouviu a apresentação, mas não deu encaminhamentos. A expectativa é de que o tema só volte à pauta após a participação do presidente na COP30.