O Rio Grande do Norte convive com uma realidade preocupante: 13,5% dos homens com 15 anos ou mais ainda são analfabetos. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (13) pelo IBGE, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do segundo trimestre de 2024.
O número escancara um problema estrutural: o estado segue muito acima da média nacional, que em 2023 foi de 5,3%. No RN, o índice geral de analfabetismo chegou a 10,4%, mostrando que, apesar dos avanços em algumas áreas, a exclusão educacional ainda atinge fortemente boa parte da população.
O problema é mais grave entre os homens, que representam o maior contingente de pessoas sem qualquer instrução formal. Enquanto 13,5% deles não sabem ler nem escrever, entre as mulheres a taxa é de 7,7%. Mesmo assim, o percentual masculino de pessoas sem instrução se manteve estável nos últimos anos, enquanto o das mulheres caiu.
Outro dado que chama atenção é a desigualdade racial. Pretos e pardos continuam sendo os mais afetados. A taxa de analfabetismo nesse grupo caiu de 15,6% para 11,5% desde 2016, mas segue acima da registrada entre brancos, que foi de 8,7% no ano passado.
A situação é ainda mais crítica entre os idosos. Entre os potiguares com mais de 60 anos, quase 28% são analfabetos, o que evidencia o abandono educacional de gerações inteiras.
Com a média de 9,6 anos de estudo, o RN ocupa apenas o 16º lugar no ranking nacional, ficando atrás de todas as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
A região metropolitana de Natal, onde o índice de analfabetismo é de 4,7%, mostrando que o interior e a zona rural seguem concentrando os piores indicadores.
