A Polícia Civil do Amazonas investiga Rômulo Alves da Costa, de 42 anos, preso no sábado (7) após empurrar pelas ruas do Centro de Manaus o corpo do avô em uma cadeira de rodas. Segundo o próprio suspeito, o objetivo era usar o idoso para tentar obter um empréstimo bancário.
De acordo com depoimento prestado à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Rômulo afirmou que saiu de casa com o avô, José Pequenino da Costa, de 77 anos, para buscar um empréstimo. O suspeito afirmou que usaria o dinheiro para comprar alimentos e itens de higiene para os dois.
A cena chamou a atenção de pedestres e comerciantes na Avenida Eduardo Ribeiro, uma das mais movimentadas da capital, ao notarem que o idoso não se movia.
A Polícia Militar foi acionada por populares e, ao chegar ao local, constatou o óbito com apoio do Samu. O corpo apresentava rigidez cadavérica, o que indica que a morte havia ocorrido há várias horas, possivelmente ainda na residência onde eles moravam.
A perícia ainda não identificou sinais visíveis de maus-tratos, mas a polícia apura se Rômulo realmente tentou realizar o empréstimo usando a presença do avô falecido. Se confirmada a tentativa, ele poderá responder por estelionato e vilipêndio de cadáver.
Rômulo relatou estar desempregado e alegou que cuidava do avô, que sofria de diversas comorbidades, como hipertensão, diabetes e problemas renais. No entanto, familiares ouvidos pela polícia apresentaram outra versão.
Um dos filhos de José Pequenino informou que não via o pai desde novembro do ano passado, quando Rômulo o retirou de casa sob o pretexto de levá-lo para visitar parentes. Desde então, o idoso não foi mais visto pela família.
Um parente relatou que Rômulo, apesar de ser neto biológico, foi registrado como filho, era usuário de drogas e havia saído recentemente da prisão.