O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiram que a resposta às acusações de Donald Trump de perseguição política a Jair Bolsonaro (PL) será através do governo, e não do Judiciário. A notícia é da Gazeta do Povo.
A decisão ocorreu na quarta (9) pouco depois de Trump impor uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros por, entre outros motivos, o processo judicial contra Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Lula e Barroso conversaram que a resposta a Trump deve ter caráter político e que o STF não deve se pronunciar neste momento.
Pouco depois, Lula se reuniu com ministros para definir como o governo vai reagir às alegações de Trump. Entre elas, um comunicado assinado pelo presidente afirmou que o país não vai aceitar uma suposta interferência.
“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, disse o presidente.
Além da reunião de quarta (9), Lula se encontrou novamente com ministros nesta quinta (10) para decidir como será a resposta a Trump. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também passou a manhã reunido com assessores para definir uma estratégia técnica de reciprocidade.
A carta de Trump acusa o Brasil de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, descrevendo a situação como “uma vergonha” e exigindo que o processo judicial contra o ex-presidente seja encerrado.
“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, rebateu Lula.
O Palácio do Planalto divulgou nota reafirmando que o processo judicial que envolve Bolsonaro é responsabilidade exclusiva da Justiça brasileira. Portanto, diz, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.