Após dar andamento, nas primeiras horas de mandato, de algumas ações anunciadas ainda durante a campanha, como a suspensão de processos de privatizações e revogação de decretos sobre desarmamento, o Governo Lula parece que vai rever uma das principais promessas: a revogação da reforma trabalhista. Integrantes do Governo Lula já têm dito que o caminho está mais para uma "revisão" e não uma "revogação".
Nesta segunda-feira (2), por exemplo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou, em coletiva após sua posse na pasta, que o governo deve recriar o “Conselhão” para discutir a reforma trabalhista prometida por Lula durante o processo eleitoral.
“O presidente Lula disse na campanha que em relação à reforma trabalhista vai botar todo mundo para dialogar: os empregados, os patrões e a sociedade. Nós vamos ajudar nesse diálogo com uma formatação que possa atender ao conjunto da sociedade brasileira”, disse.
Macêdo evitou responder se haveria prazo para o início das negociações. Ele disse apenas que é papel de sua pasta reestabelecer o diálogo com os movimentos sociais.
A posse do ministro foi marcada pela presença de integrantes de grupos sociais como o Movimento do Trabalhadores Sem Terra (MTST). Questionado como o Palácio do Planalto pretende equilibrar os interesses sociais com setores econômicos como o agronegócio, Macêdo defendeu um “tripé” entre a produção agropecuária empresarial, a agricultura familiar e a defesa ambiental.