Delegado diz que Torres insistiu em ir aos EUA mesmo com riscos do 8/1

O ex-número 2 de Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do DF, à época dos atos de 8 de janeiro, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a viagem do então secretário aos EUA às vésperas da manifestação foi uma “surpresa”. Em interrogatório, o delegado Fernando de Sousa Oliveira negou versões de que não havia indícios de violência naquele dia em 2023.

A noticia é do portal METROPOLES. O delegado ressaltou que Torres foi alertado sobre a chegada de caravanas em Brasília, com a confirmação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além das chances de violência na manifestação. Diante da preocupação, Fernando disse ter questionado o governador do DF, Ibaneis Rocha, sobre a viagem de Torres aos EUA, em 6 de janeiro. “O governador me pareceu surpreendido com a viagem do secretário.”

Assim, Fernando relata ao STF que foi até Torres a fim de questioná-lo sobre a viagem: “Não seria correto adiar?”, perguntou o delegado ao então titular da pasta. Segundo o delegado, Anderson respondeu que “tinha confiança na Polícia Militar do DF e que julgava que Plano de Ação Integrada (PAI) estava perfeito”. Assim, manteve a viagem com a família para os Estados Unidos.

Fernando Sousa ainda criticou a atuação da PMDF na missão de proteger a Esplanada dos Ministérios. Na visão dele, que comandou a pasta na ausência de Torres, o PAI não foi cumprido. “A PM não cumpriu diversas ações estabelecidas no PAI.”

Fernando Sousa é réu em ação penal que apura trama golpista com personagens que atuaram para tentar impedir o presidente eleito, em 2022, de assumir o cargo, com a manutenção de Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Fernando, junto com outros seis réus, responde aos crimes de organização criminosa armada, golpe de estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado.