As circunstâncias envolvendo a morte de um dos líderes da alta cúpula do Comando Vermelho, o traficante Fhillip da Silva Gregório, o Professor, estão sob investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) desde a noite desse domingo (1º). A tese que mais ganhou forças nas últimas horas é a de que o Professor tenha tirado a própria vida. Segundo uma mulher que estava no local da morte, e que se apresentou afirmando ter uma relação extraconjugal com o faccionado, o criminoso teria, de fato, cometido suicídio. As informações são do Metropoles.
Fontes policiais juntam as peças para fechar o quebra-cabeças que elucidará a morte. Porém, até então, não há indícios de um possível executor no momento do disparo, feito com a pistola automática que Professor costumava carregar. Outros dois chefões do CV se mataram quando já se encontravam encarcerados e sem qualquer possibilidade de ganhar a liberdade sem cumprir, ao menos, 30 anos de cadeia em regime fechado.
Em setembro de 2020, o traficante Elias Pereira da Silva, 54 anos, mais conhecido como Elias Maluco, morreu enforcado. A informação que consta no atestado de óbito de um dos líderes mais sanguinários que o CV já teve é a que a morte se deu “em decorrência de asfixia mecânica, enforcamento e compressão do pescoço”. O corpo do faccionado foi encontrado dentro da própria cela na Penitenciária Federal de Catanduvas, na região oeste do Paraná, onde ele já cumpria pena havia 13 anos.
Na época, a investigação classificou o caso como “suicídio clássico”. Na cela do chefão do CV, os agentes encontraram cartas deixadas para a família. A investigação também analisou as imagens das câmeras de segurança.
Nas cartas, Elias Maluco não relatou o motivo do ato. Ele disse, basicamente, que não tinha mais vontade de viver e pediu perdão à família, dizendo que não era um ato de covardia, mas, sim, de coragem e que se sentia pronto para aquilo. O criminoso não relatou nada sobre ameaça ou possível motivação.
No mesmo ano, mas em abril, o traficante Paulo Rogério de Souza Paz, conhecido como Mica, foi encontrado morto na cela em que cumpria pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O criminoso foi achado por um policial penal no horário que seria servido o café da manhã na unidade. Mica se suicidou com um lençol.
O enterro de Mica, que era um dos chefes do tráfico no Complexo da Penha, na zona norte do Rio, ocorreu na capital fluminense, onde a família morava. Mica estava preso desde fevereiro de 2012, quando foi capturado pela Polícia Civil do Rio em Maricá, na região metropolitana do RJ. Ele pretendia passar o Carnaval em uma casa com vista para o mar, alugada por R$ 8 mil. Na época, Mica tinha oito mandados de prisão em aberto. Ele era um dos criminosos mais procurados do estado.