Entenda a história da garota de programa que se passou por coronel da FAB assassinado no ano passado

27 de Março 2023 - 07h08

Uma história inacreditável, digna de filme, foi revelada na noite deste domingo (27), em reportagem especial divulgada pelo Fantástico. Uma prostituta passou quatro meses vivendo a vida de um coronel aposentado da Força Aérea Brasileira, Roberto Antônio Perdiza, que foi brutalmente assassinado em Natal.

Jerusa, a garota de programa, sacava dinheiro da conta do coronel e estava planejando a venda do apartamento dele, quando foi descoberta por pessoas próximas a vítima - antigo cliente dela. O coronel teria sido assassinado num motel na Praia do Meio, onde iria se encontrar com ela.

Ela teria contratado um matador de aluguel, identificado pela PC como José Rodrigues. O assassino teria se passado por motorista de aluguel, num plano elaborado com Jerusa, e pego o casal na saída do estabelecimento, no dia 30/8 do ano passado. 

O corpo foi encontrado três meses depois, num terreno localizado fora de Natal. Jerusa e José foram presos, acusados de latrocínio, pois a polícia afirma que a morte ocorreu para que a garota de programa vendesse o apartamento de Perdiza e ficasse com o dinheiro.

COMO ELA PLANEJOU A MORTE

As últimas imagens de Perdiza mostram o coronel deixando seu apartamento, localizado no bairro Ponta Negra, em agosto último, para encontrar Jerusa. Após uma semana, o porteiro do edifício estranhou a ausência do morador, de quem era próximo, e telefonou para seus parentes, que vivem em São Paulo. No dia 7/9 do ano passado, os familiares do militar aposentado afirmaram que estavam recebendo imagens e mensagens dele, inclusive com fotos suas na piscina do condomínio.

Milton, um advogado e amigo de Perdiza, também estranhou a sua ausência e telefonou. Quem atendeu a ligação, porém, foi Jerusa. “Liguei após três dias tentando. Sabia que uma namorada estava morando com ele”, disse o colega do militar aposentado. Ela afirmou que o ex-coronel ligaria para ele em breve. “Como ela não tinha família em Natal, ele ofereceu o apartamento como moradia”, completa o jurista, que abriu um Boletim de Ocorrência.

À polícia, Jerusa negou morar com Perdiza e disse que também estava começando a ficar preocupada, a despeito de afirmar conversar com ele por vídeo-chamada. Enquanto isso, os parentes continuavam recebendo mensagens e fotos enviadas do celular do ex-militar. Os agentes da PC notaram que a garota de programa estava retirando dinheiro da conta do companheiro e que, também, estava tentando vender seu imóvel.

Conforme a investigação, a prostituta chegou a enviar um áudio do celular do coronel para Milton, que posteriormente percebeu que tratava-se de um recorte de uma outra gravação enviada pelo amigo, meses antes. Em seguida, Jerusa mudou a postura, segundo a Polícia Civil. A garota de programa, sob a identidade do ex-coronel, passou a enviar mensagens como “me deixem em paz” e “estou no Rio de Janeiro“. Ao delegado do caso, ela afirmou que falou com Roberto por vídeo-chamada, quando ele teria confirmado a estadia em terras fluminenses.

Pouco depois, um corpo foi identificado sem a cabeça e sem as mãos num terreno em Macaíba, cidade vizinha a Natal. A perícia, porém, confirmou que tratava-se dos restos de Perdiza. Após análise das imagens do prédio, constatou-se que quando ele deixou sua casa no dia 30/8, ele foi encontrar Jerusa num bar próximo. De lá, a polícia aponta que eles seguiram para um motel e, na volta, o assassino de aluguel contratado pela garota de programa se passou por motorista de aplicativo e assassinou o ex-militar.

Os restos mortais de Perdiza foram levados ao interior de São Paulo por um avião da Força Aérea Brasileira. Ao Fantástico, as defesas de Jerusa e de José Rodrigues negaram todas as acusações.

Com informações do Metrópoles e do Fantastico

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