O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça vinculada à 36ª Vara Criminal da Capital, pediu, no último domingo (11/5), a condenação dos sete acusados pelo crime de incêndio culposo no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. Dez atletas juvenis do time morreram na tragédia. A noticia é de JOSE AUGUSTO LIMÃO.
Incêndio no Ninho do Urubu
-O incêndio aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2019.
-O acidente resultou na morte de dez jogadores que atuavam nas categorias de base do Flamengo e deixou outros três adolescentes feridos.
-De acordo com peritos, o incêndio começou em um aparelho de ar condicionado e se alastrou rapidamente devido ao revestimento dos contêineres.
-O MP ouviu mais de quarenta testemunhas.
-Oitivas essas que duraram cerca de três anos após o oferecimento da denúncia.
Observando a complexidade do caso e a pluralidade dos acusados, o MPRJ entendeu que as provas comprovam plenamente a responsabilidade criminal dos denunciados.
Veja quem são os sete acusados pelo incêndio culposo no Ninho do Urubu
-Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia; ocupavam cargos com ingerência na administração no CT
-Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes; responsáveis pelos contêineres destinados ao alojamento dos adolescentes
-Edson Colman da Silva; responsável contratado para realizar a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado
Embora onze pessoas tenham sido denunciadas, a Justiça rejeitou a exordial acusatória em relação a dois acusados, por entender que não estavam vinculados ao Ninho do Urubu no momento do acidente.
O MPRJ entende que o incêndio poderia ter sido evitado. A Promotora de Justiça responsável ressaltou que os acusados tinham conhecimento de que o Centro de Treinamento estava em funcionamento mesmo sem alvará de funcionamento, devido à falta do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros.
Além das irregularidades elétricas encontradas no CT, as investigações apontaram para a falta de manutenção preventiva por parte do responsável do ar-condicionado.
Outro ponto destacado foi a escolha dos contêineres onde os atletas ficavam alojados. Para o MP, o local possuía diversos obstáculos que dificultaram a fuga dos jovens. Os quartos dentro do contêineres tinha janela gradeada e portas de correr que emperraram durante o incêndio.
Em fevereiro desde ano, o Flamengo fechou acordo judicial com os pais do goleiro Christian Esmério. Era a última família que ainda estava sem acordo com o clube. Christian tinha 15 anos, defendia a seleção de base e era sondado pelo exterior quando morreu nos containers que ficavam no CT do Flamengo.